Observatório repudia ataques à vereadora Professora Ana Lúcia

Republicana sofreu ataques por parte de vereadores enquanto presidia sessão na Câmara Municipal do Recife

Publicado em 20/3/2025 - 16:12

Recife (PE) – O Observatório Nacional de Combate à Violência Política Contra a Mulher mostrou apoio à vereadora do Recife Professora Ana Lúcia (Republicanos-PE) que, na última segunda (17), sofreu fortes ataques por parte de vereadores da Casa, que a impediram de manter a ordem na sessão enquanto ela presidia a sessão na Câmara Municipal do Recife (PE).

Alguns vereadores que estavam incomodados com o tempo da sessão, abriram um debate acalorado contra a republicana, o que levantou questões sobre violência política contra as mulheres. À altura dos fatos e posicionando-se fortemente contra o ato, Ana Lúcia, falou sobre o desrespeito dos legisladores diante de uma mulher que estava atuando no exercício da presidência da Casa, encerrando a sessão. “Não podemos permitir que atitudes como essa se repitam. Mulheres têm o direito de ocupar espaços de poder sem serem silenciadas ou desrespeitadas”, afirmou Ana Lúcia.

O episódio gerou indignação na Casa e também fora dela. Nas redes sociais, o vídeo publicado pela legisladora, já somava mais de 10 mil visualizações até a manhã da última quinta-feira (20). Nas mais de 100 interações recebidas, todos eram de apoio e solidariedade à republicana, que posteriormente na tribuna da Casa, reforçou mais uma vez sua indignação e exigiu respeito. “Isso aqui não é mimimi. Isso aqui é uma realidade das mulheres que ocupam espaços de poder. Eu exijo respeito. Eu não cheguei aqui de qualquer jeito. Eu cheguei aqui pelo voto popular das pessoas nas urnas e represento aqui as pautas que defendo. Não irei me furtar do direito de estar aqui, enquanto presidente de uma reunião, ou vereadora. Exijo respeito, como a todos, independente de bandeira ou agremiação partidária”, expressou.

Ana Lúcia lembrou ainda sobre o acolhimento recebido por parte do Republicanos e salientou a frase do presidente nacional da sigla, deputado federal Marcos Pereira (Republicanos-SP), quando diz que a mulher na agremiação não é uma cota, mas sim uma necessidade. Através do órgão, o Republicanos tem disseminado entre seus filiados, o compromisso com a pauta e o repúdio diante de qualquer ato que possa ferir a participação feminina na política.

Para a coordenadora do Observatório Nacional de Combate à Violência Política Contra a Mulher, Rosangela Gomes (Republicanos-RJ), o fato que aconteceu com Ana Lúcia, infelizmente ainda é muito comum. “Em qualquer lugar que a mulher esteja em posição de poder, ela infelizmente vai enfrentar situações hostis como essa e até piores. Nosso país ainda precisa de uma grande evolução para ver as mulheres ocupando lugares de decisão”, disse.

E completou dizendo: “A Ana tem todo o apoio deste Observatório, para tomar as diligências, contra quem proferiu os atos de violência. Precisa ficar claro entre todos que a participação da mulher na política é efetiva e vamos continuar exercendo este trabalho, primando por paridade tanto na política, quanto em qualquer outro espaço que queiramos estar. Nosso presidente Marcos Pereira foi extremamente sensato, quando de forma pioneira entre as agremiações, trouxe o Observatório para o Republicanos e nós, estamos fazendo valer esse direito que está pautado em Lei”, finalizou.

Semana Municipal de Enfrentamento à Violência Política Contra as Mulheres

Com autoria da vereadora Ana Lúcia, tramita na Câmara Municipal do Recife, o Projeto de Lei 36/2025 que institui a Semana Municipal de Enfrentamento à Violência Política Contra as Mulheres. A norma é inspirada na Lei Federal 14.192/2021, que tem como autora a secretária de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos do Estado do Rio de Janeiro e deputada federal licenciada, Rosangela Gomes. “É sobre a mulher ter o direito de exercer o seu mandato. É sobre a mulher ter o direito de estar na política, sem sofrer violência política cotidianamente, mas com tranquilidade para o exercício das funções e dos mandatos”, concluiu a vereadora.

Texto e fotos: Dálet Silva/Ascom Observatório Nacional de Combate à Violência Política Contra a Mulher